Acaba de ser lançado em Blu-Ray e DVD o filme "Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge", filme dirigido pelo controverso Christopher Nolan e protagonizado por Christian Bale. E é lógico que nós, do Poltrona Pop, tínhamos que conferir.

A conversão do filme das telonas do cinema para as telinhas de nossas Televisões ficou fantástica. Assisti ao filme tanto em Blu-Ray quanto em DVD e posso garantir que a diferença na qualidade do som e da imagem entre as duas mídias é mínimo.

Quanto ao menu, este é bem simples e funcional. Mostra algumas cenas selecionadas do filme acima dos botões de navegação que oferecem as opções seleção de cenas, idiomas e play. Bem básico.
 Quanto aos extras do filme, são muito bons.

Divididos em partes, são completamente relevantes e não ficam falando somente do formato IMAX, grande erro do material gravado nos documentários do DVD anterior. Tivemos um pouco de volta às origens, especificando cada parte da produção, desde os roteiros, passando pelos efeitos especiais e visuais, além, claro, das cenas mais complicadas de se realizar, como [SPOILER ALERT] o início do filme com Bane e seus asseclas no avião ou a fantástica luta entre policiais e cidadãos contra os bandidos comandados por Bane...

Um dos documentários mais interessantes é o que conta o processo da produção para a cena inicial envolvendo Bane e seus capangas. Kevin Kavanaugh, desenhista de produção, fala sobre a simulação num modelo feito especialmente para a cena, para que depois fosse tudo montado através da computação gráfica e efeitos especiais digitais.  "Tivemos partes de aviões que jogamos do céu", diz Kevin. "Tivemos um equipamento que podia ser inclinado. Todos estávamos presos nele, foi uma experiência interessante", disse Tom Hardy, que interpreta o vilão Bane.

Um ponto importante em todo o filme foi o uso adequado dos dublês nas cenas de ação, principalmente onde havia alguém pilotando um veículo em alta velocidade, como foi o caso da Mulher-Gato na Bat-moto, em determinado ponto do filme. E foi a primeira vez que usaram uma mulher para executar essa função... "Quando me ligaram perguntando se eu achava que conseguiria manobrar a moto porque só duas pessoas tinham andado nela no mundo - e nenhuma mulher... Eu disse: 'Deixe-me tentar e garanto que consigo!', comentou Jolene Van Vugt, dublê de cenas de ação da atriz Anne Hathaway, a Mulher Gato.

Falando em veículos, uma parte muito nostálgica deu-se quando juntaram os grandes produtores e diretores dos Bat-filmes para falarem sobre as mais variadas versões do Batmóvel. Ver todos, lado a lado e na estrada é uma cena gratificante! Mesmo! Muitos se emocionaram quando lembravam dos momentos em que pilotaram a primeira vez ou quando foi concebido cada veículo, contando a trajetória dos Batmóveis mais famosos, com entrevista de pessoas do gabarito de Adam West (Batman / Bruce Wayne do seriado dos anos 1960), Tim Burton (diretor de Batman e Batman - O Retorno), Joel Schumacher (diretor de Batman Eternamente e Batman & Robin), dentre outros, todos falando da importância da caranga e como foi feita cada concepção... Vocês sabiam que H.R. Giger - o designer alemão que criou o visual do personagem da série Alien - ajudou na concepção de um dos Batmóveis? Isso e muito mais a gente fica sabendo nos ótimos extras...

Já dissemos que vocês precisam ver esses extras?
Já o recheio, que é o que interessa, é um dos melhores filmes que foram lançados neste ano tão generoso, em que tivemos várias surpresas boas, no que diz respeito ao cinema de ação - tais como Os Vingadores e Mercenários 2 - e ruins - como O Espetacular Homem-Aranha. Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge fecha um arco de histórias de forma coesa e em perfeito equilíbrio com o tom dos outros dois filmes que o precederam (Batman Begins e Batman – O Cavaleiro das Trevas). 

Gosto até de pensar que esta série de três filmes são na verdade UM filme só, enorme e, por isso, dividido em três partes. Não há como assistir a um sem assistir aos outros. Mesmo em se tratando do primeiro, já que o mesmo deixa um gancho para o segundo, que deixa outro gancho para o terceiro. Arrisco-me até a dizer que este filme (apesar das declarações Nolanianas e do convencimento do fandom de quadrinhos de que esta estória foi contada até o fim) ainda terá uma sequência, seja como um novo filme do morcegão de Gotham, seja como um filme do Asa Noturna ou, atrevo-me a gritar, seja como o já anunciado filme da LIGA DA JUSTIÇA.

Acha que eu estou maluco? Bem, eis minha conclusão, na forma de perguntinhas e respostonas:

---> ATENÇÃO O TEXTO ABAIXO ESTÀ ENTUPIDO DE SPOILERS. LEIA POR SUA PRÓPRIA CONTA E RISCO”

Pra quê Gordon consertou o bat-sinal? Ora, pra mandar chamar o filho mais querido de Gotham quando a coisa ficar preta. Houve um camarada que, na saída do cinema quando fui assisti-lo, ventilou que seria saudosismo e uma forma de homenagear o herói. Fiquei pensando nisso enquanto voltava pra casa e acabei discordando dele. Batman foi homenageado com uma estátua gigante, fato, já que aparece no filme, e na hora da inauguração da estátua o Comissário (brilhantemente interpretado pelo veterano Gary Oldman) faz uma cara estilo “Não sei pra quê isso... o cara está vivo que eu sei...”. Vamos pra próxima...

Pra quê deixar a Mansão Wayne se transformar num orfanato para meninos? Nem é preciso dizer que é pro Robin, que tem uma ótima desculpa para ir visitar o orfanato de vez em quando (ele bate uma pelada com a garotada), ficar de olho e ter acesso fácil à bat-caverna.

Round 3...

Pra quê celebrarem um funeral simbólico? Para dar uma justificativa pra sociedade (que possivelmente já especulava que o Bruce era o Batman). Não dizem isso no filme mas provavelmente alegaram que Bruce morrera nos recentes incidentes provocados pela Talia e pelo Bane. Tá! Eu sei que você vai dizer que a cena do Alfred chorando feito uma carpideira e se desculpando com o Thomas Wayne é o indício fatal de que Bruce está realmente morto, blá, blá, blá... Mas é aí que você se engana, meu amiguinho. Alfred realmente está pedindo perdão, não pela morte de Bruce Wayne mas por ter falhado. Ora, com a morte dos pais de Bruce, Alfred se viu na obrigação de seguir com a educação do menino até que ele se tornasse o novo Sr. Wayne, empresário, bem casado, filantropo e tudo o mais, que o Bruce não se tornou quando atingiu a maioridade. O Alfred falhou, porque o Batman ainda continuará, após um breve recesso, a fazer mingau de vilões por aí.

Round final...

O Bruce realmente aparece no final do filme. Aquela aparição não era delírio nem um sonho do Alfred. Eram Bruce Wayne e Selina Kyle ali, tomando um cafezinho, na encolha, sob o olhar paterno do mordomo.
Juntando tudo o que foi acima exposto e o fato de que Christopher Nolan é o Produtor Executivo de O Homem de Aço, que será dirigido por Zack Snyder (que na semana passada disse que o filme da Liga da Justiça terá um tom mais sério), só cego que não quer ver que essa estória ainda não terminou.

Marlo George & Kal J. Moon