A descoberta do amor "azul".

Bem, com a chegada da adaptação cinematográfica do gibi ora resenhado no próximo final de semana, além de sua publicação recente, no Brasil, fez-se necessário que eu deitasse aqui no Poltrona Pop as minhas impressões à obra Azul é a Cor Mais Quente da francesa Julie Maroh.

A obra, como podemos ver na sinopse oficial (acima), é premiada e não é pra menos. Ousada e tocante, a narrativa é provocante e nos convida à uma viagem  no tempo até os nossos tempos de adolescência, quando tudo era muito novo e ao mesmo tempo muito velho e careta. Clementine, a personagem que narra a história através de seus diários, também teve que encarar os desafios da adolescência com o agravante de não entender seus sentimentos à fundo. Ela acaba passando grande parte de sua vida sem se conhecer profundamente e acaba se surpreendendo quando se vê fascinada por uma menina que viu na rua.

A forma como a personagem acaba descobrindo sua sexualidade é sutil e bonita. Maroh não erotiza demais sua obra, e não agride o nosso bom gosto, passando a mensagem de forma que todos entendam sem apelar. Os dilemas de Emma, que tem uma espécie de dívida de gratidão com sua namorada Sadine, também são bem explorados.

Quanto à arte, esta serve bem à narrativa. Para olhos menos experientes pode parecer um tanto quanto atécnica, o que não é o caso. A palheta utilizada (em muitos momentos noir, para destacar a cor mais quente) mostra que Maroh tem estilo e pode vir a ser uma das artistas mais influentes dos próximos anos.

Ainda não assisti o filme, mas pelo que vi no trailer e nos stills já divulgados parece-me que a adaptação está bem fiel aos quadrinhos. Se você esta afim de assistir o filme, acho que dar uma olhada no gibi é primordial.

Espero que se divirtam.

     Avaliação: Bom

Marlo George leu, resenhou e acha que o azul é a cor mais quente sim. A mais fria é o transparente...





Título: Azul é a Cor Mais Quente
Ano de lançamento : 2013
Data da primeira edição: Março de 2010
Roteiro : Julie Maroh
Arte: Julie Maroh
Formato: 17,50 x 25,50 cm.
160 páginas | Editora Martins Fontes | ISBN: 8580631254 |
ISBN13: 9788580631258

Sinopse: 'Azul é a cor mais quente', tradução da novela gráfica Le bleu est une couleur chaude, da francesa Julie Maroh. O livro conta a história de Clementine, uma jovem de 15 anos que descobre o amor ao conhecer Emma, uma garota de cabelos azuis. Através de textos do diário de Clementine, o leitor acompanha o primeiro encontro das duas e caminha entre as descobertas, tristezas e maravilhas que essa relação pode trazer. A novela gráfica foi lançada na França em 2010, já tem diversas versões, incluindo para o inglês, espanhol, alemão, italiano e holandês, e ganhou, em 2011, o Prêmio de Público do Festival Internacional de Angoulême. Além disso, foi filmada em 2012 pelo franco-tunisiano Abdelatiff Kechiche e levou a Palma de Ouro, prêmio mais importante do Festival de Cannes. Em tempos de luta por direitos e de novas questões políticas, Azul é a cor mais quente surge para mostrar o lado poético e universal do amor, sem apontar regras ou gêneros.